segunda-feira, 31 de maio de 2010

Alma Leve

Pois, me diga agora:
aonde despejar o pensar?
Quem vai querer abraçar
o que de mim aflora?
Se tudo o que você precisa,
não é nada do que posso te dar.
Diga que mesmo assim vai ficar,
só pra sentir a passagem da brisa...
Cachoeira quando cai
é força que faz parar o pensamento.
Estou tentando me oferecer como alimento,
mas você já vai muito distante.
Não percebe que a vida é um passar,
que as asas se abrem simplesmente para voar.
O tempo é equidistante ao sonhar...
Quero te enlaçar nesse momento.
Venha que a vida é breve.
Marcaremos o compasso desse abraço,
contando as estrelas do espaço.
Para encher a alma basta um sopro, de leve...

Rita

quinta-feira, 13 de maio de 2010

adoro esta poesia do Nelson Landa

Desde la ventana de la cocina veo,
salvando los patios verdes que se quedan allá abajo,
camisas que vuelan con el viento en el tendal de ropas
de una azotea.
Entre aquì y allá está toda la poesía.
Entre aquí y allá debo encontrar todo el sentido
de la vida.
Nada gobierna sobre mí y no siento el soplo
de ningún destino interponiéndose;
solo esta hora de la tarde en el reloj
y las siguientes,
y todas las cosas.
Cabotaje de las horas:
ese fácil deslizarse por los pasillos laterales
de la felicidad:
café, paz, televisión,
sexo y acumulación
de sabiduría.
Esa ascensión animal del día
hasta su final.
Ese crecer sin darnos cuenta
cruzando comno una flecha a través de los hitos humanos.
Si pudiera volar encontraría más facilamente un sentido
o si fuera un pequeñísimo insecto;
escapando de la conciencia hacia el solo placer
o cambiando de universo hacia otro más abajo.
Pero hay solo este camino;
este quedarse quieto sintiendo la quietud y la velocidad de las cosas,
su inmediatez y su ajenidad.
Y la irrelevancia del corazón.
Sin poder entender lo que me quieren decir
aquellas camisas y pantalones que vuelan
en la azotea de otra casa.

Nelson Landa de "Nada"

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Existem datas que não dá pra passar em branco.
Aliás, nenhuma data dá pra passar em branco, pois a vida se preenche por si mesma.
É que a vida é algo que preenche e é preenchida ao mesmo tempo.
É comum a imagem de um sopro original e divino que animou a vida.
Pois então, já está fazendo 50 anos que se iniciou o sopro da minha vida.
Posso dizer que já fui preenchida de muitas experiências e das mais variadas possíveis.
Algumas que chegaram com a suavidade de uma brisa e outras que chegaram como uma avalanche que modifica totalmente a paisagem.
Neste sopro vieram muitas aventuras.
Algumas muito bem sucedidas, como o nascimento de meus filhos.
Outras que não deram tão certo como conciliar os cuidados domésticos com uma performance profissional de primeira linha.
Experimentei já de todos os sabores.
Os amargos, doces, picantes, salgados, azedos, mas me encontro perfeitamente aberta para novas possibilidades e combinações.
Hoje eu sei que mesmo as experiências mais difíceis de engolir são possíveis de serem transformadas em algo agradável ao paladar.
Meus humores já percorreram muitas oscilações e caminhos inusitados.
Já experimentei todas as montanhas russas do humor com todos os altos, baixos, curvas e loopings.
E por mais emocionante que tudo tenha sido, dá pra ver que sobrevivi.
Experimentei muitas vezes, no mesmo dia, ser a mais feliz de todas as criaturas e momentos depois me perguntava se o criador se esquecia de mim.
As sensações que passaram por meus sentidos foram inúmeras e eu já colecionei um bocado delas.
Aliás, esse lance de cinquenta me dá uma sensação de metade.
É assim, não é?
A medida da metade é 50%.
Então é esta sensação que coloco na minha coleção particular de sensações.
Sensação de ter chegado mais ou menos na metade do caminho.
O número cinquenta me lembra a palavra mais singela que há: sim.
Por isso, o que eu quero mais é dizer sim.
Sim à vida que se apresenta e me preenche.
Sim àquela que me tornei.
Sim a todos que me cercam e me inspiram a fazer poesia.
Sim, para todas as celebrações e vivas.
Sim, para todo amor que por ventura brote do meu coração.
Sim é hoje o meu ato de fé.

Rita/ maio /2010