quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Maria do Mar

Conheci uma menina chamada Maria.
Não era a menina uma simples Maria.
A menina que conheci era Maria do Mar.
Ela chegou por aqui nascida do amor
por uma Pérola muito Carolina,
que um Capitão muito João
sentiu, em um dia de ventania
e muita maresia que acontecia
lá no meio do mar.
Foi assim que chegou por aqui
uma menina chamada
Maria do Mar.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

redonda é a onda


Redonda é a onda
Redonda onda
Ondeando em meu ser
Rede de ondas
Rede nas ondas
Vento nas ondas
É o tempo
Do meu ser

amanhã

Amanhã estarei pronta
para servir de bandeja
um tantinho de amor
seja do jeito que for.

Amanhã renovarei
os votos que fiz
envoltos em folhas de anis.

Publicarei alguns contos
de maneira justa,
sem pensar no quanto isto custa.

Vou colher poesias tolas
que se perdem, distraídas,
mas calam as dores vividas.

Lá dentro do buraco
vi um pequeno macaco.
Era só pra me lembrar,
que rir é o melhor pedaço
.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

poeta Zequinha

Fazemos anos.
Que alegria!

Desperte a criança dentro de você.
Ela gosta de brincar com o mundo.

Desperte o adolescente/jovem dentro de você.
Ele gosta de sonhar o mundo novo.

Desperte o adulto dentro de você.
Ele gosta de transformar o mundo antigo.

Desperte o velho dentro de você.
Ele gosta de olhar o mundo.

Cada fase tem um despertar.
As fases se juntam, se misturam em graça e sabedoria.

Cantemos o nosso despertar com amor e arte.
Um móbile feito de ontem, hoje e amanhã.


Novembro/Zequinha

terça-feira, 18 de novembro de 2008

trovinhas roseanas


Trovinhas roseanas

Minha mão cheira café
Meu pé sonha um cafuné
A vida é ligeira inteira
A morte é prá quando vier

No pé de laranja tem flor
No pé do morro tem rio
No meu olho tem estrela
Quem me disse foi meu tio

A vida é o rio corrente
A morte é a corrente do rio
Cachoeira é rio cantante
É a esteira da alma da gente

Quando vou penso que volto
Quando volto penso que vou
A lágrima que rola agora
É como orvalho de flor

Quando olho nos teus olhos
Parece que perco o sentido
Meu amor demore um pouco
Só vivo se for contigo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

hoje

Será?

Dá para perceber
que a nudez
foi a divina presença quem fez?

Todo vulto
criado pela ilusão
confunde muito qualquer decisão.

Não é de agora
que calo este grito.

Não é à toa
que o tempo voa.

Atenção.

Pausa.

Observa
como a brilhante gota
se derrama, convidando
ao toque de um beijo.

minh'alma


Minh'alma

pois me diga agora
aonde despejar o pensar

quem vai querer abraçar
o que de mim aflora

se tudo o que você precisa
não é nada do que posso te dar
diga que mesmo assim vai ficar
para sentir a passagem da brisa

cachoeira quando cai cantante
é força que faz parar o pensamento

estou tentando me oferecer como alimento
mas você já está de mim muito distante

não percebe que a vida é um passar?
as asas se abrem simplesmente para voar

o tempo é equidistante ao sonhar
sonho apenas o querer te enlaçar

vem que a vida é breve


marcarei o compasso desse abraço


para encher-me a alma basta um sopro, de leve...
contando as estrelas do espaço

terça-feira, 11 de novembro de 2008


Encontrei você
na rua e no ar.
Penso na lua
como "art noir".
Peixe na rede
não vôa
só se deixa estar.
Memória
é como garôa
que cai sem parar.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

sobretudo


manter a queda
manter o risco
vale o riso
a piscadela
dizem que o sujeito
tem peito
sobretudo quando
cai a chuva
e vai-se
a meter
a mão na luva

sexta-feira, 7 de novembro de 2008


Queda livre

Não,
não pensarei.
Pularei nesse vazio,
largando-me,
solta,
no sem fim,
apenas a fim
da liberdade
do instante,
do vôo
em queda livre.

Rita

sábado, 1 de novembro de 2008


Alvo

O que não me pertence,
não me pertence.

Mas, o dardo já foi lançado
em direção ao alvo.

Estou só e já não importa
o que me pertence,

E, sim,
que a seta atinja o alvo.

Para além do núcleo do alvo,
o olho do ciclone.

Perco o sentido,
mas não o meu destino.

Lanço-me
magoando a vida.



Rita