quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Eu não poderia deixar de dizer alguma coisa.
É importante que eu compartilhe algo com você.
Por isso é que eu quero dividir aquilo que eu sinto hoje.
E entre tudo o que é presente, aqui e agora, o que eu mais desejo é saber aonde se encontra a alegria.
O que me faz sentir alegre. O que é que te faz sentir alegre.
Eu só sei dizer que quando me sinto alegre parece que por mim passa uma corrente onde tudo se torna radiante.
Uma luz, um pulsar, um brilho, um largo sorriso interno.
É uma intensidade de algo que percorre meu corpo, passa pela medula e une meus pés à minha cabeça.
É contagiante, é antioxidante, é um estado de espírito.
Muitas vezes dura frações de segundo, mas vale por mais de 30 pílulas de ânimo.
Sabe aquela música que te põe pra dançar? Ou se não der pra dançar, ao menos os pés ficam a balançar? Ou os dedos a tamborilar? Ou então é a boca que começa a fazer laiá laiá, chegando às vezes até a assobiar?
Isso parece ser uma espécie de alegria.
Pode ser também quando chega de repente alguém que a gente gosta muito. Nossa como é bom te ver, a gente diz, que alegria! E na hora que a gente abraça esse alguém? Bom demais sentir o bumbo do coração bater. Parece que dois corações batendo juntos, batem melhor.
Outras vezes pode acontecer depois de vários dias nublados e chuvosos, quando chega o sol. Dá vontade de dizer bom dia pra todo mundo que a gente encontra. Isso, pra mim, é alegria.
E eu aqui pensando em alegria, vejo também que me sinto alegre quando termino um trabalho, quando sinto um aroma de comida gostosa ou de gente cheirosa, quando vejo um bebê risonho, quando molho meus pés andando na praia, quando encontro uma flor no jardim ou então ao sentir a brisa suave acariciar o meu rosto. É tudo de uma simplicidade tamanha, mas é muito bom.
E só de pensar em tudo isso, me ponho a sentir essa tal de alegria.
E já pensou se a moda pega e todo mundo começa a pensar na alegria, nem que seja um bocadinho só?
Nossa! Todos juntos numa só alegria. Acho que a gente vai virar é uma usina de energia!
Enfim, te desejo, de todo coração, verdadeiros presentes de alegria de todos os tamanhos e intensidades, mesmo diante de qualquer adversidade. Dá pra fazer uma boa coleção desses instantes.
E com diz nosso querido poeta Vinícius de Moraes, em seu samba que é uma verdadeira benção, “é melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração”.
É isso aí.
Beijo da Rita

terça-feira, 2 de dezembro de 2008


Para ser simples
É preciso pensar simples.
Atravessar a densidade
E o volume.
Existem muitas membranas.
Qual membrana te envolve?
Ela é permeável
Ela é vulnerável
Ela é emblemável
Amável?
É passível de fazer trocas?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

parede

Estava na parede
Dentro da parede
Eu era a própria parede
Sensação estranha essa
De sentir-me parede
É um aprisionamento
Frio
Tem gosto de cimento
Tinta, massa, argamassa
Um achatamento
Uma vertical
Espalhada
Contendo um recinto
É assim que me sinto

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Maria do Mar

Conheci uma menina chamada Maria.
Não era a menina uma simples Maria.
A menina que conheci era Maria do Mar.
Ela chegou por aqui nascida do amor
por uma Pérola muito Carolina,
que um Capitão muito João
sentiu, em um dia de ventania
e muita maresia que acontecia
lá no meio do mar.
Foi assim que chegou por aqui
uma menina chamada
Maria do Mar.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

redonda é a onda


Redonda é a onda
Redonda onda
Ondeando em meu ser
Rede de ondas
Rede nas ondas
Vento nas ondas
É o tempo
Do meu ser

amanhã

Amanhã estarei pronta
para servir de bandeja
um tantinho de amor
seja do jeito que for.

Amanhã renovarei
os votos que fiz
envoltos em folhas de anis.

Publicarei alguns contos
de maneira justa,
sem pensar no quanto isto custa.

Vou colher poesias tolas
que se perdem, distraídas,
mas calam as dores vividas.

Lá dentro do buraco
vi um pequeno macaco.
Era só pra me lembrar,
que rir é o melhor pedaço
.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

poeta Zequinha

Fazemos anos.
Que alegria!

Desperte a criança dentro de você.
Ela gosta de brincar com o mundo.

Desperte o adolescente/jovem dentro de você.
Ele gosta de sonhar o mundo novo.

Desperte o adulto dentro de você.
Ele gosta de transformar o mundo antigo.

Desperte o velho dentro de você.
Ele gosta de olhar o mundo.

Cada fase tem um despertar.
As fases se juntam, se misturam em graça e sabedoria.

Cantemos o nosso despertar com amor e arte.
Um móbile feito de ontem, hoje e amanhã.


Novembro/Zequinha

terça-feira, 18 de novembro de 2008

trovinhas roseanas


Trovinhas roseanas

Minha mão cheira café
Meu pé sonha um cafuné
A vida é ligeira inteira
A morte é prá quando vier

No pé de laranja tem flor
No pé do morro tem rio
No meu olho tem estrela
Quem me disse foi meu tio

A vida é o rio corrente
A morte é a corrente do rio
Cachoeira é rio cantante
É a esteira da alma da gente

Quando vou penso que volto
Quando volto penso que vou
A lágrima que rola agora
É como orvalho de flor

Quando olho nos teus olhos
Parece que perco o sentido
Meu amor demore um pouco
Só vivo se for contigo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

hoje

Será?

Dá para perceber
que a nudez
foi a divina presença quem fez?

Todo vulto
criado pela ilusão
confunde muito qualquer decisão.

Não é de agora
que calo este grito.

Não é à toa
que o tempo voa.

Atenção.

Pausa.

Observa
como a brilhante gota
se derrama, convidando
ao toque de um beijo.

minh'alma


Minh'alma

pois me diga agora
aonde despejar o pensar

quem vai querer abraçar
o que de mim aflora

se tudo o que você precisa
não é nada do que posso te dar
diga que mesmo assim vai ficar
para sentir a passagem da brisa

cachoeira quando cai cantante
é força que faz parar o pensamento

estou tentando me oferecer como alimento
mas você já está de mim muito distante

não percebe que a vida é um passar?
as asas se abrem simplesmente para voar

o tempo é equidistante ao sonhar
sonho apenas o querer te enlaçar

vem que a vida é breve


marcarei o compasso desse abraço


para encher-me a alma basta um sopro, de leve...
contando as estrelas do espaço

terça-feira, 11 de novembro de 2008


Encontrei você
na rua e no ar.
Penso na lua
como "art noir".
Peixe na rede
não vôa
só se deixa estar.
Memória
é como garôa
que cai sem parar.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

sobretudo


manter a queda
manter o risco
vale o riso
a piscadela
dizem que o sujeito
tem peito
sobretudo quando
cai a chuva
e vai-se
a meter
a mão na luva

sexta-feira, 7 de novembro de 2008


Queda livre

Não,
não pensarei.
Pularei nesse vazio,
largando-me,
solta,
no sem fim,
apenas a fim
da liberdade
do instante,
do vôo
em queda livre.

Rita

sábado, 1 de novembro de 2008


Alvo

O que não me pertence,
não me pertence.

Mas, o dardo já foi lançado
em direção ao alvo.

Estou só e já não importa
o que me pertence,

E, sim,
que a seta atinja o alvo.

Para além do núcleo do alvo,
o olho do ciclone.

Perco o sentido,
mas não o meu destino.

Lanço-me
magoando a vida.



Rita

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

penso que
não sei vencer
a idéia de te perder
dentro do delírio de sonhar
desintegro-me
tentando
lembrar que outrora
tentei te prender
num abraço

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O oco

O oco

O oco ocou
Minha cabeça
Que flutua despida e nua
Do chapéu que carregava

O oco ocou
Este corpo são
Jogou pra lá meu coração
Que já não ousa qualquer destino

O oco ocou
A pedra dura
Desfez a caricatura
Que ousei bordar em mim

O oco ocou
Toda a verdade
Já não há manhã, nem tarde
Apenas o existir da vontade

O oco ocou
Enfim, todo o sentido
Recolheu a poesia em seu abrigo
Já não há como escapar

O oco ocou e se fez oca...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

mar

Amo amar
Amo o mar
Ando a rumar
Nado a rimar
Vaga o luar
Vago é sonhar
Navega o olhar
Na brisa, o ar
A vagabundear

Rita

domingo, 26 de outubro de 2008

esta é do vinicius de moraes, poeta do coração


Pra que chorar
Vinicius de Moraes / Baden Powell


Pra que chorar
Se o sol já vai raiar
Se o dia vai amanhecer
Pra que sofrer
Se a lua vai nascer
É só o sol se pôr
Pra que chorar
Se existe amor
A questão é só de dar
A questão é só de dor
Quem não chorou
Quem não se lastimou
Não pode numa mais dizer
Pra que chorar
Pra que sofrer
Se há sempre um novo amor
Em cada novo amanhecer

girado e gerado













E tudo girava.
Tudo era aquilo
que fora lançado.
E a matéria se fundiu
pela força
de algo
denominado
magnetismo.
E daí,
gerado foi
o lugar
onde piso

meus pés.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

veio à tona, nas entrelinhas


Nas entrelinhas

Aos homens tenho escutado.
E já não creio possuir mais a genuína forma feminina.
Minha armadura foi soldada
Pela voz de pensamentos insanos
e medrosos de um mundo roto.

O tecido é justo.
Arfante é o respirar.
Procuro ar.

Trancaram as portas com todas as voltas da chave.
Vieram outros e tamparam as frestas.

Os sons ritmados
que geladeira,
que relógio,
que máquina,
que zumbe(i).

Todos os vazamentos foram interrompidos devido à devida atitude diante ao desperdício e principalmente diante de toda a possibilidade de despesas desnecessárias, calculadas numericamente a cada passo ousado.
Tudo está sendo resolvido e ordenado diante a razoabilidade métrica de alguns...

Já não ardo, apenas aguardo a faísca que risca esta isca.
Caçar o quê? Ser caçado por quê?
Não cruzo armadilha,
nem armo o bote,
só vejo o pulo de um gato.

Antes de tudo a mente.
Agora de tudo um desejo.
Depois de tudo a vida.

Se porventura,
as máscaras se descolarem,
se o meu “meu” se clarear,
não se fala mais nisso,
surgirá a equação primeira.

Singela delicadeza.

Adeus dor revelada!
Vou te guardar no vão da escada.
Que seja erguido mais
um degrau da imensa espiral.

Axé
Bobagem falar de amor,
Bobagem reclamar da dor.
Eu hoje acordei pensando,
Pensando no meu amor.
Eu hoje acordei pensando,
Pensando no meu amor.

Rita

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

quase

Quase
O luto
Quase
A luta
Quase
Entrementes
Quase
Entre gentes
Quase
Escondo que amo
Quase
Lógico
Admito que odeio
Quase
Vivo
Quase
Morro
Quase
Escancaro
Quase
Te encaro
Quase
Quase

Rita

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

sem dúvida


Como dar conta agora
Do que em meu peito arde
E chora
Como entregar o sonho
Ao vento que passa
E leva embora
O que teria sido
Como um tecido
Colado à pele
Sem rugas
Sem rusgas
Sem sombras
De dúvida.

Rita

dentro de mim


dentro de mim
um mar
dentro de mim
tem um mar
dentro de mim
um herói
dentro de mim
feito de sal
de água e onda
volume de mim
a transversal de mim
o sal conserva
a vaga conversa
feitos de horizontes infindáveis
sigo o traçado do vento
onda vai
de onde vem
mira o mar
rima areia
perfil de sereia
vim de longe
do sem fim
um oceano
dentro de mim

Rita

lembrança do senhor do bonfim


como não me apaixonar
por esse modo de ver as coisas
subjetivamente,
apaixonar-se-me
pelo subjetivo é muito objetivo

rita

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

relevo



Revelo o relevo
Distingo o distante
Crescente em verso
Reverso, minguante

Tento grafar esferas
Agradar as feras
Cavar um buraco
Para me encher de espaço

Vem

Outro dia

Espero

Mais um sol
Fisgado pelo anzol
Pai é chão
O dia, dado

Asas zoam
Somam dias
Caixas vazias
Vizinhas minhas

Vai

Mais um dia,

Espero

Tô aqui de peito tocado
De letra, só letra
O passo marcado
Te dou o recado

Rita em 08

sábado, 11 de outubro de 2008

ser


Ser um
Ser úmido
Sem rumo
Sem muro
Se urro
Sem ser todo
Um ser
Morro

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

derramar


Parece que tudo só está sendo preenchido.
Quando é que vai derramar?
Parece que tudo estava combinado.
Nada era novidade.
Acaso?
Só a calma aquieta a alma.
E a vida só é quando derrama.


Rita

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

no site de elisa lucinda um poema do mario quintana

“Se eu fosse um padre
Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
– muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
não citaria santos e profetas: nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
... e um belo poema – ainda que de Deus se aparte –
um belo poema sempre leva a Deus!”

Mario Quintana

domingo, 5 de outubro de 2008

sufoco




no pensamento que carrego

penso atenta como um rio


não comando esse levar


a certeza que isso traz


na vazante ou na enchente


é que a semente se desfaz


rompendo o sufoco


que aperta o nó do pescoço


pedaço de grito que geme em ais

rita

quinta-feira, 2 de outubro de 2008


acontece que já não sou alguém
eu agora sou paisagem
caminho até a margem
daquilo que se desenha
a imagem feita do encontro
ou
do confronto de contornos
não sei
se é o desejo das gotas que orvalham
ou então de lágrimas que brotam
sei
apenas que é por demais extensa
esta linha
que ora define
ora confunde
que se funde lá no fundo
e se rasga quando é rasa
imagino que é vaga
a impressão que se deixa

Rita/008

pele


quem me escuta
com a cútis
tece-me
como
a abrupta agulha
quando rompe
o silêncio
da minha pele


rita

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

espinho


Um espinho no pé
É do tamanho
De todo problema
Que porventura
Possa ocorrer
Tudo então é menor

Rita

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

reposta da martina

sabe, deu até para enxergar a espuma se embalando na areia
sabe, deu até para sentir o mundo girar mais devagar
sabe, deu até para ouvir o uivo do mar
sabe,deu até para ver o rabo da sereia
sabe, deu até para sentir a mesma vontade de se expressar
sabe, eu adoro suas poesias,
elas me fazem flutuar...
te amo, martina.

Saudação da Primavera


Os rebentos da estação,
já floriram em meu coração.
Aqui e ali, brotando no jardim,
a rosa, o cravo e o jasmim.

Atenção, lá vem um capitão!
Leva a espada,
mas também traz
a rosa em botão.

A certeza que eu tenho
é o perfume,
é o luzir do vagalume.

40 flores apanhei,
num abraço carreguei
40 beijos te darei,
pois sempre amarei!
Disponho-me
A encontrar conchas
Que tenham um
Pequeno furo em seu vértice
Disponho-me
A encontrar ouvidos
Conchas
Que tenham
Um orifício
Suficientemente
Redondo
Para me escutar
De maneira lisa
Precisa
Objetiva

rita

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


passei por aqui
para dizer assim:
neste novo mundo
indo cada vez mais fundo
vai conquistar,
poetizar
e agora postar
essa contagiante
mania de escrever
tim tim por tim tim
tudo certo por aqui
besito de su hija querida
martina

quinta-feira, 25 de setembro de 2008


Vamos agora editar
Ditar o que foi
Mais que dito
Além do bendito
E do maldito
O que foi escrito
Manuscrito
E tem interesse crítico

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

trovinhas para a Catarina


Trovinhas para a Catarina

Nascer para ser desperto.
Despertar para ser repleto.
Amar para ser mais.
Ser mais para ser três,
E porque não quatro, cinco, seis.

Vou dizer que o coração
Quando nasce já está na dança,
Nunca pára de bater,
Lembrando que tudo pulsa,
Da infância ao envelhecer.

Para pular a amarelinha
Necessita-se de uma pedrinha
E de um tantinho de chão.
É só saltar de casa em casa
Para se chegar ao coração.

Vou pedir para aquela estrela,
Que está no céu a brilhar,
Muito amor e proteção
Pra menina que chega agora
E cantará uma canção.

da Rita, com amor, para Catarina, em setembro de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008


nem na areia nem no mar
na margem
coragem
é apenas um
coração
que age