quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Como andar no vazio


Para andar no vazio
Há que se perder as preferências
E algumas referências

O pé deve estar solto
Pisando um planeta quase redondo
Onde tudo gira em volta do olho

Onde o nada é apenas nada
E a qualquer tempo
Bebo um copo de limonada

No vazio não há compartimentos
E a distância
Ignora sua importância

A volta e a ida
Confundem-se com a chegada
E com a partida

Quanto à amplitude
Perceba só
Tudo é uma questão de atitude

Não conte com o tempo
Nem com espaço
Pois denso é apenas o abraço

No vazio a dimensão é plena
Algo como as penas
Da índia Jurema

E assim eu ficaria por horas a fio
Num eterno relatar
Do tudo o que é o vazio

A tarefa do vazio é interminável
Pois se trata de uma dimensão
Onde o fim não é viável...

Rita

Um comentário:

Claudia Rangel disse...

vazio pleno de sentidos!